FANTASMAS CAMARADAS, ESQUELETOS DANÇANTES: UMA ANÁLISE DO HORROR-HUMOR NA LITERATURA INFANTOJUVENIL
DOI:
https://doi.org/10.47180/omij.v4i2.234Palavras-chave:
Literatura infantojuvenil, Horror., Humor.Resumo
O objetivo deste texto é fazer uma análise crítica a partir de Minois (2003), Cabral (2007) e Bines (2017) para entender como a literatura de horror-humor pode servir como uma boa ferramenta didática para crianças e adolescentes, despertando a curiosidade e a reflexão sobre si mesmo e os outros devido à subversão de categorias de homogeneização social que estes textos evocam. O riso pode ser entendido como uma ameaça ao medo, um símbolo da liberdade, e, assim, o riso sobre a morte ou sobre os medos mais intrincados na nossa psique são o que delineiam o caráter catártico desse riso. Por este motivo, defendemos que o gesto de afastar crianças e adolescentes da reflexão sobre o medo, a mortalidade, o luto, podem causar um efeito contrário ao desejado. Acreditamos que, ao usar a linguagem adequada, estes temas podem e devem ser tratados com crianças de forma responsável, e as fábulas às avessas ou a literatura de horror-humor podem ser uma ferramenta interessante para abordar com elas os fantasmas da vida real como o preconceito, o medo do outro e a formação da própria personalidade.
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